Programa Ciência na Escola oferece formação para professores da rede pública

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O Programa Ciência na Escola (PCE), que em seis edições já investiu R$ 14,4 milhões no incentivo ao conhecimento científico dentro das escolas públicas, iniciou suas atividades de 2013 nesta semana, com aula Magna do curso de Metodologia da Pesquisa Científica Aplicada à Educação Básica. A formação é voltada para professores da rede estadual e municipal de Manaus, que tiveram projetos aprovados para a edição do PCE 2013.

O PCE é um programa do Governo do Amazonas, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeam), em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Secretaria Municipal de Educação (Semed) e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). O trabalho incentiva o desenvolvimento de projetos de pesquisas em escolas públicas com a oferta de recursos financeiros e bolsas a alunos e professores do ensino fundamental e médico.

O curso de Metodologia da Pesquisa Científica Aplicada à Educação Básica tem o objetivo de melhorar a qualidade dos projetos elaborados pelas escolas. Para oferecer os recursos e bolsas do PCE, a Fapeam realiza a seleção dos melhores projetos. A formação iniciada na última quinta-feira oferece aos participantes desde conhecimentos relacionados à elaboração de projetos científicos escolares até a submissão de trabalhos científicos.

A coordenadora técnico-científico do PCE, Fátima Vieira, explica que a capacitação dos professores envolvidos nos projetos agora passa a ser realizada de forma contínua. “Uma das novidades que temos para este ano é o aperfeiçoamento das ações que vínhamos fazendo de modo piloto, dentre elas a formação continuada do professor através desse curso de metodologia da pesquisa aplicada à educação básica. Isso é uma coisa muito importante, porque o nosso professor não foi formado para ser um pesquisador, um cientista. E esse curso oferece subsídios para que ele possa trabalhar a ciência dentro do espaço escolar”, comenta Fátima.

O diretor do Departamento de Políticas e Programas Educacionais da Seduc (Deppe/Seduc), Edson Melo, afirma que o PCE contribui para o crescimento dos professores e dos alunos. “O programa tem dois aspectos muito importantes: o incentivo aos estudantes pela pesquisa, pela ciência. E por outro lado, o envolvimento do professor. O desenvolvimento de projetos é importante para o fazer pedagógico do educador, pois pode servir de ponto de partida para um mestrado ou doutorado. Isso já funciona como uma capacitação, uma qualificação e crescimento da carreira profissional do docente”, destacou Melo.

Participação efetiva das escolas

Nesta 6ª edição do PCE, 281 escolas da rede estadual tiveram projetos aprovados para o programa. No interior, 130 projetos foram selecionados pela Fapeam. Na capital, foram 151. Escolas de Itacoatiara,por exemplo, mostraram esse ano que o município é um terreno fértil para a pesquisa, e emplacaram a aprovação de 48 pesquisas.

A diretora-presidente da Fapeam, Olívia Simão, afirma que o PCE tem oferecido habilidades para o desenvolvimento de formas inovadoras de ensino. “O PCE muda significativamente a postura do professor e do aluno. A habilidade científica, muito mais que a produção do conhecimento, dá um conjunto de ferramentas para o professor trabalhar de maneira diferenciada a educação no espaço escolar. Hoje a gente sabe que diante de um cenário de múltiplos estímulos para o aluno, é difícil convencê-lo a estudar no formato tradicional. Então, o programa dá ao professor elementos para mudar o formato de trabalhar a construção do conhecimento”, comenta a diretora-presidente da Fapeam.

Olívia destacou a parceria da Fapeam com o Seduc e os resultados alcançados pelo PCE em seis anos. “Temos muitos resultados positivos e projetos sendo premiados nacionalmente. Temos alunos que passaram por esse processo de formação, passaram pela educação básica e hoje já estão fazendo mestrado. Isso mostra que esse programa faz diferença na trajetória do professor e do aluno. Vários professores se engajaram no processo de formação, passaram a produzir material didático. A gente só tem a dizer que essa parceria entre Fapeam e Seduc tem sido fundamental para mudar o cenário da educação no Estado do Amazonas”, afirma Olívia.

Vocação para a pesquisa

Coordenadora do Distrito 1 da Seduc na capital, Chirley Costa ressalta que o PCE tem revelado alunos com vocação para a pesquisa científica. “O grande ápice do projeto é iniciar os nossos alunos, a partir do 6º ano, de 12 e 13 anos de idade, com a pesquisa. E como sabemos, esse processo tem que começar bem cedo, para eles poderem ter uma carreira científica com base e consigam sucesso. Com o PCE, encontramos professores motivados, alunos interessados e com pesquisas maravilhosas. Temos encontrado alunos com vocação para a pesquisa e prontos para contribuir para o nosso Estado”, conta Chirley. As escolas da Coordenadoria 1, segundo ela, aprovaram 14 projetos para 2013.

Professor há quatro anos, Rudinelly da Silva Santos tem dado uma nova cara às aulas de matemática. Com o apoio do PCE, ele tem conseguido criar e desenvolver formas de tornar o estudo da matéria mais atraente para as turmas do 8º e 9º anos. “O PCE é uma ferramenta muito importante. Temos alunos que querem mesmo participar dos projetos. E como o desenvolvimento da pesquisa se desenvolve de forma diferente de uma aula convencional, muitas vezes até fora da sala de aula, eles ficam mais interessados pela matéria”, destaca o professor.

Segundo Fátima Vieira, a cada ano do programa, mais professores se mostram interessados em participar e em aperfeiçoar a qualidade de suas pesquisas. “O professor é uma pessoa apaixonada pelo que faz. Quando a pessoa inscreve um projeto e se compromete com o PCE, o interesse é total. Muitas das pessoas que estão aqui hoje já estiveram atuando no ano passado. Ao final de cada edição, eles saem transformados”, afirma Fátima.

Segundo a coordenação do PCE, esse é o segundo ano que o curso é oferecido aos professores. A formação e executada de duas maneiras: presencial e a distância, por meio do Centro de Mídias da Seduc.

Além de Itacoatiara, que terá 48 iniciativas científicas financiadas pelo Estado, terão projetos no PCE 2013 os seguintes municípios: Parintins (11 projetos), Coari (12 projetos), Lábrea (3 projetos), Alvarães (8 projetos), Tabatinga (2 projetos), Benjamin Constant (3 projetos), Rio Preto da Eva (3 projetos), Maraã (1 projeto), Presidente Figueiredo (1 projeto), Barreirinha (4 projetos), Nhamundá (7 projetos), Manacapuru (6 projetos), Borba (1 projeto), Iranduba (3 projetos), Santo Antônio do Içá (1 projeto), Urucurituba (2 projetos), Humaitá (3 projetos), Autazes (1 projeto), Eirunepé (1 projeto), Boca do Acre (2 projetos), Fonte Boa (1 projeto), Manicoré (1 projeto), Careiro da Várzea (1 projeto), Manaquiri (1 projeto), Tefé (1 projeto) e Juruá (2 projetos).

Cada projeto aprovado dentro do PCE recebe do Governo do Estado, via Fapeam, uma bolsa para o professor (R$ 461,00), uma bolsa para apoio técnico (R$ 360,00) e até 5 bolsas para alunos (R$ 120,00 cada). O edital para inscrição de pesquisas é aberto todo o final de ano.

 

PCE em números:

– 7,7 mil alunos e professores já foram beneficiados com bolsas de estudo pelo PCE.

– 32 municípios participam da edição desse ano do PCE.

– 3.500 bens foram destinados às escolas para utilização no desenvolvimento das pesquisas.

– R$ 14,4 milhões foram investidos em seis anos de PCE.