“Eu juntei quadrilha com os livros literários. Daí, deu um bom casamento”

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Quando se fala em eventos culturais como a quadrilha, numa escola, logo se pensa em festa junina, festivais folclóricos, danças e comidas típicas. Entretanto, ao falar de leitura, a escola percebeu que em alguns alunos não despertavam interesse nenhum em ler obras literárias devido ao fato de pensar que o estudo de literatura era algo chato e cansativo, por essa razão não conseguiam ter um bom rendimento. Um outro fator observado foi a ausência de muitos alunos em sala de aula no período de preparação das quadrilhas de festas juninas.

Foi partindo disso, que surgiu a ideia da professora de Língua Portuguesa, Lucilene Lucas, de 32 anos, da Escola Estadual Monsenhor Evangelista de Cefalônia, localizada no município de São Paulo de Olivença/AM de criar a “Quadrilha Literária”, em que se juntasse algo que despertasse interesse dos alunos com obras literárias. No livro “Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência”, de Doug Lmov (2011), diz que excelentes professores planejam primeiro seus objetivos, depois as avaliações e, por último, suas atividades. Dessa forma o objetivo maior não é só o de entreter, mas o de atraí-los para o universo da literatura e contribuir para seu desenvolvimento intelectual e crítico.

O Projeto “Quadrilha Literária” é uma experiência que contribui para uma prática pedagógica, além de motivar o aluno a participar, bem como possibilita trabalhar de forma significativa. Esse trabalho leva a comunidade escolar muito mais que uma dança. Leva uma literatura estudada pelos alunos, visando sempre mostrar a diversidade, cultura, respeito e principalmente a educação. O objetivo é desenvolver uma quadrilha que sensibilize as veias artísticas dos alunos, atraindo-os para o universo da leitura e literatura, promovendo o interesse de conhecer mais sobre um autor, um personagem, trabalhando assim as obras literárias exigidas para o vestibular, e de forma significativa colocar o aluno do Ensino Médio como protagonista.

O projeto é desenvolvido com base na experiência vivenciada em sala de aula e abrange todas as séries de Ensino Médio, porém os responsáveis em puxar a quadrilha são os alunos finalistas e a metodologia de desenvolvimento do trabalho é composto em quatro etapas: estudos de obras literárias, produção de peças teatrais, ensaios e apresentações de quadrilhas.

“O acesso às experiências culturais diversas e as novas linguagens contribuem para o desenvolvimento do aluno como sujeito sociocultural, crítico e criativo. Houve uma mudança muito grande na sociedade e na escola, pois eu sabia que eles gostavam de quadrilha, então eu pensei, ao invés deles faltarem a escola para ir aos ensaios das festas juninas, eu juntei a quadrilha com os livros literários. Daí, deu um bom casamento”, disse a professora Lucilene Lucas.

A criatividade entre os professores está cada vez mais aguçada, a cada dia vemos o quanto os professores estão sendo ousados em mudar a forma de dar educação. A qualidade de ensino vem sendo todos os dias modificada e atualizada dentro da sala de aula, onde quem sairá sempre ganhando será o aluno.