Estudantes da rede pública estadual desenvolvem prancha de SUP ecológica

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Conciliando ciência e sustentabilidade com o esporte, estudantes da rede pública estadual, integrantes dos Programas Estratégicos de Indução à Formação de Recursos Humanos em Engenharias (Pró-Engenharias) e em Tecnologia da Informação (RH-TI), desenvolveram pranchas ecológicas para a prática do Stand Up Paddle (SUP), modalidade que vem ganhando adeptos de todas as idades.

Confeccionadas com garrafas pet e forro de PVC (policloreto de polivinila), as pranchas fazem parte do projeto “Prancha de Stand-upecológica”, que tem o objetivo de minimizar os impactos ao meio ambiente, incluindo a ciência no processo. A ação escolar é coordenada pelo professor de Química, Obenésio Aguiar e conta com a participação de 60 estudantes do ensino médio da rede estadual de ensino.

Os primeiros testes da prancha ecológica foram realizados na escola estadual senador Petrônio Portella, unidade de ensino em que acontecem as aulas dos programas Pró-Engenharias e RH-TI. O teste oficial aconteceu na última semana na praia da Ponta Negra, localizada na zona centro-oeste de Manaus.

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Coordenado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-cti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), o Pró-Engenharias e RH-TI são programas que buscam despertar nos estudantes o interesse pelas carreiras acadêmica e profissional nas Engenharias e na área de Tecnologia da Informação, por meio de atividades orientadas em escolas da rede pública estadual de ensino sediada na cidade de Manaus.

De acordo com o coordenador da atividade, professor Obenésio Aguiar, a iniciativa de confeccionar as pranchas ecológicas surgiu após a realização de pesquisas pelos alunos acerca dos problemas sociais na cidade de Manaus. “Fizemos um levantamento das principais problemáticas na cidade de Manaus e constatamos que um dos maiores problemas é o acúmulo de garrafas pet em diversos pontos da cidade. Diante disso, os estudantes desenvolveram uma solução criativa para tentar minimizar a ocorrência desses casos: a prancha ecológica”, explicou o professor.

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Para a concretização da ideia do projeto, os estudantes que fazem parte de diversas escolas públicas estaduais instaladas em Manaus, estudaram projetos semelhantes que já existem nas regiões sul e sudeste do país. Mais de mil garrafas pet foram recolhidas das ruas e deram origem à produção de seis pranchas ecológicas.

“O objetivo do projeto é conciliar todas as ciências que envolvem a construção das pranchas, pois utilizamos conceitos das disciplinas de matemática, física e química. Além disso, nossa iniciativa contribui com a preservação do meio ambiente, visto que os alunos mobilizaram suas comunidades para a coleta das garrafas pet que estavam nas ruas, minimizando, dessa forma, os impactos causados pela poluição”, afirmou Obenésio Aguiar.

Aprendizado

Para o estudante do 3º ano do ensino médio da escola estadual Cid Cabral da Silva, que faz parte do Programa RH-TI, Robson dos Reis, 18, o projeto tem grande importância por incentivar a preservação ambiental. “No início do projeto, avaliamos o problema maior de Manaus, que é a poluição intensa das garrafas pet, pois em qualquer canto da cidade existem garrafas jogadas nas ruas, degradando o meio ambiente. E apesar do projeto não ser inovador no Brasil, por já existir em outras regiões, aqui em Manaus é uma novidade. A partir de um problema social e ambiental, transformamos em um projeto científico, utilizando metodologias diferenciadas e dinâmicas”, ressaltou o estudante.

Ainda de acordo com o estudante Robson dos Reis, o projeto sustentável tem inúmeros benefícios para a sociedade. “As pranchas ecológicas trazem benefícios em âmbito social e ambiental, além disso, é uma opção de lazer e entretenimento de baixo custo, já que para adquirir uma prancha convencional, a pessoa pagaria em torno de mil reais”, explicou ele.

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Também integrante do projeto RH-TI, Lucas de Assis, 16, aluno do 2º ano do ensino médio da escola estadual Maria Amélia do Espírito Santo, afirma que o projeto serve de inspiração para outras pessoas. “O projeto surgiu como uma solução para um problema social e aproveitamos isso, para trabalhar com as teorias aprendidas em sala de aula desenvolvê-las na prática, tornando a ciência diferenciada. Essa iniciativa serve de inspiração para outras pessoas, para que percebam a importância de fazer a sua parte para diminuir os impactos causados ao meio ambiente, principalmente através da poluição”, contou.

Talita Gomes Santos, 19, estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Amazonense Dom Pedro II, que participa do projeto RH-TI, explica que passou a ter uma visão diferenciar acerca das ações que pode fazer para ajudar a preservar o meio ambiente.

“Antes tinha uma visão muito limitada sobre o que poderíamos fazer para preservar o meio ambiente. Imaginava ações mais simples como jogar o lixo no recipiente correto ou não poluir as ruas, mas com o projeto, percebi que existem outros meios para minimizar esses impactos, como essa ideia de reaproveitar o que seria considerado lixo e transformar em algo útil e que proporciona diversão”, destacou Talita Santos.

Thaynná da Rocha Oliveira, 17 anos, 3ª série do Ensino Médio, estudante da escola estadual Raimundo Gomes Nogueira, disse que o projeto é inovador e que despertou a curiosidade de aprofundar o conhecimento em engenharia para a construção das pranchas.

“Para mim o projeto foi inovador, pois despertou a minha curiosidade em aprofundar os meus conhecimentos, principalmente em relação à assuntos de engenharia, já que foi necessário saber sobre isso para a construção da prancha. Lógico que além disso, teve a questão ambiental. Foram retiradas muitas garrafas das ruas, em torno de 1000 garrafas pet, o que colabora muito com a preservação do meio ambiente ou pelo menos buscamos amenizar os impactos que são causados quando essa garrafas são jogadas nas ruas. Portanto, unimos tanto a ciência, o aprendizado quanto a preservação do meio em que vivemos”, disse.