Escola Estadual Manoel Marçal atende alunos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento de maneira diferenciada

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A Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo, localizada na rua Parintins, 832, bairro Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus, trabalha um novo projeto com os alunos, que possuem deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, aumentando para cinco os trabalhos desenvolvidos com os estudantes.  O novo projeto, que é a “Psicologia na escola” conta com o trabalho voluntário de uma psicóloga e beneficia, além dos alunos, os pais e o corpo docente da instituição.

A unidade escolar é gerenciada pela Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC), atende 127 alunos, sendo 63 no turno matutino e 64 pela tarde. A instituição recebe estudantes de 6 a 14 anos, portadores de múltiplas deficiências como o autismo, síndrome de Down e paralisia cerebral.

O professor trabalha dentro das limitações da criança e do adolescente e observa a necessidade específica de cada aluno e como deve ser trabalhado. Além do novo projeto, a escola trabalha com os estudantes os projetos “Água: alegria e aprendizagem”; “Brincando se faz arte”; “Todos juntos podemos ler” e Psicomotricidade gerando habilidades”.

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Professores da Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo trabalham dentro das limitações de cada criança (Foto: Eduardo Cavalcante/Asscom SEDUC)

A gestora da escola, Aida Greice da Silva, explica que um dos projetos mais importantes da escola é o “Brincando se faz arte”. Na atividade, os alunos realizam a exposição de telas de pintura confeccionadas por eles próprios utilizando materiais recicláveis, borrão de café, pó de serragem, dentre outros. O projeto tem como objetivo desenvolver a aptidão dos estudantes para a arte, trabalhando suas potencialidades e estimulando o desenvolvimento.

Ainda Greice ressalta como é feito o trabalho de inclusão na escola. “Na verdade temos poucas crianças incluídas, mas aqui na escola é feita da seguinte forma: a inclusão ainda é vista de uma forma meio tímida porque apesar de fazermos um trabalho aqui, encontramos dificuldade lá fora, pois muitos pais acabam nos dizendo que os filhos estão sendo excluídos ao invés de serem incluídos. Aqueles que conseguimos incluir, nós vamos até suas futuras escolas, realizamos visitas. A família precisa ser firme e forte na procura dessa escola”, declarou.

Os alunos que ficam na Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo até os 14 anos são encaminhamos para as oficinas realizadas na Escola Estadual Diofanto Vieira, ou então fica a critério da família se o filho vai para o Educação de Jovens e Adultos (EJA) , projeto Avançar ou para o Sesi, que possui algumas salas especiais, mas isso fica a critério dos pais. “Existe muita dificuldade e nos preocupamos muito mais com os alunos a partir do momento em que eles saem daqui”, disse a gestora.

 

Novo Projeto Político-pedagógico

De acordo com a gestora, para o ano de 2017 foi aprovado o novo Projeto Político-Pedagógico e a instituição trabalhará no próximo ano com a Educação Fundamental Especial, com proposta toda voltada para a educação infantil.

Cinco projetos são trabalhados com os alunos: ‘Água: alegria e aprendizagem’; ‘Psicologia na escola’; ‘Brincando se faz arte’; ‘Todos juntos podemos ler’ e ‘Psicomotricidade gerando habilidades’ (Foto: Eduardo Cavalcante/Asscom SEDUC)

Ainda conforme a gestora, a capacitação dos professores é feita por meio da SEDUC que sempre oferece formações para aqueles que não têm e reciclagem para aqueles que possuem capacitação, pois é necessário se atualizar e muitos professores da instituição procuram fazer formação pela Internet, por meio de cursos online.

A gestora disse também que a instituição trabalha com valores considerados como fundamentais para os membros da escola, que são o respeito, autonomia, inovação, sabedoria, ética, criatividade, qualidade e o relacionamento humano.

Evolução

Nara Rodrigues, mãe da Luíza Rodrigues, aluna da instituição, disse que sua filha estuda na escola há três anos e que desenvolveu muito na escola e acredita que ainda irá evoluir cada vez mais.

“Quando chegamos aqui, eu não tinha esperança na evolução da Luíza e hoje ela é muito mais sociável, está se alfabetizando. Ela ainda é não-verbal (transtorno ão-verbal de aprendizagem), mas a evolução dela é nítida e vemos todo o trabalho e esforço da equipe da escola em fazer o melhor pelas crianças. Hoje ela consegue ficar em um ambiente fechado, convive com outras crianças, obedece comandos, coisas que nós tínhamos dificuldade até no nosso dia a dia em casa. Ela se alimentar sozinha, faz a higiene pessoal e eu acredito na evolução dela, ainda mais porque nós temos aqui na escola crianças que escrevem e eu acredito que a Luíza está caminhando para esse patamar”, disse esperançosa.

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Escola Estadual Manoel Marçal de Araújo recebe crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos, que possuem deficiência e transtornos globais do desenvolvimento (Foto: Eduardo Cavalcante/Asscom SEDUC)

A mãe da Luíza disse ainda que a escola é praticamente a família de sua filha e afirma que a instituição é muito importante na vida delas. “Nós vivemos em uma época que inclusão não é realidade. Hoje, a escola Manoel Marçal tornou-se um grande parceiro, pois muitas crianças que estão lá estudaram em instituições de ensino regular e não deu muito certo. Eu particularmente tenho muita confiança no trabalho que é desenvolvido na escola. Foi um divisor de águas na minha vida. Minha filha evolui a cada dia, ela faz coisas que eu nunca imaginei que pudesse fazer e o apoio da escola é essencial para nós. Hoje, eu posso afirmar que a escola é praticamente a família da minha filha, pois está muito presente na vida dela. Ela passa uma boa parte do tempo na escola e eu sei que ela fica muito feliz quando está lá e ao lado daqueles que lhe fazem bem. Acho que é isso que a escola representa para mim e para a Luíza, a nossa família”, disse enfatizou Nara.