Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos desenvolve trabalhos para alunos com deficiência auditiva

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A Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos é uma das instituições da rede pública estadual de ensino que oferece atendimento específico relacionado à educação especial desenvolvida pela Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC). A especialidade da escola é oferecer atendimento aos alunos com deficiência auditiva.

A instituição de ensino  ficava localizada na avenida Joaquim Nabuco, entretanto, funciona provisoriamente no terceiro pavilhão da escola estadual Diofanto Vieira Monteiro, que também é uma instituição de atendimento específico para alunos com deficiência intelectual, localizada na avenida Lourenço da Silva Braga, s/n, Manaus Moderna, Centro, Zona Sul de Manaus.

A escola atende aproximadamente 85 alunos surdos e surdo-cegos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental no turno matutino e do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental pela parte da tarde.

Além das atividades realizadas em sala de aula, a instituição possui projetos que são desenvolvidos com os alunos e até mesmo para os pais das crianças, como o curso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para os pais ou responsáveis, para que eles possam ter o conhecimento da língua dos seus filhos e da possibilidade de se comunicarem melhor, além dos projetos de informática voltados para os pais, pois muitos deles ficam na escola esperando pelos filhos.

A Escola Augusto Carneiro realiza um projeto por meio dos professores de educação física em que a instituição leva para a Vila Olímpica, no Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, e durante três dias, geralmente no final do ano letivo, são realizado as atividades que são desenvolvidas durante o ano e que são estimuladas toda a parte desportiva com os alunos por meio do atletismo, natação e outras modalidades.

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Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos oferece atendimento especializado para crianças surdas.

 

Outro projeto desenvolvido pela escola é o “Jornal Quero Saber”, em que são colocadas informações do que aconteceu durante a semana, pois em alguns casos os pais não conseguem passar essas notícias para os seus filhos e os professores coletam essas informações e publicam no jornal.

Além disso, é trabalhado com os estudantes um projeto de sala de leitura para facilitar o entendimento dos alunos quanto às histórias dos livros. No final é feito um momento cultural para que o aluno apresente o que ele aprendeu na sala de leitura. Nessa atividade é trabalhada a língua portuguesa, já que a primeira língua estimulada é a de libras.

A gestora da instituição, Haydeé Carneiro, salienta que os professores são capacitados para trabalhar com as crianças e que são orientados pela escola. “Os professores precisam ter o curso de libras porque não tem sentido um docente trabalhar numa escola de surdos e não saber a língua, então ele necessita ter esse conhecimento. Aquele professor que não tem muito conhecimento é orientado pela escola, indicamos livros e temos formações o tempo todo, pois a escola possui uma parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) porque eles têm capacitação. Os próprios alunos são muito críticos eles chegam para mim e falam do professor e eu acho isso muito importante porque o professor precisa se comunicar com o aluno e para isso é preciso fazer uma capacitação e estar sempre aprendendo”, contou.

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Gestora da escola Augusto Carneiro, Haydeé Carneiro.

 

O trabalho de inclusão realizado na escola é preparar os alunos para o ingresso no Ensino Médio e são realizadas visitas na escola em que o aluno irá cursar o ensino. A família tem a opção de escolher a instituição em que o estudante concluirá os estudos, mas a Escola Augusto Carneiro sempre oferece duas instituições inclusivas da Coordenadoria Distrital de Educação 1 que são: o Colégio Brasileiro Pedro Silvestre e a Escola Estadual Frei Silvio Vagheggi, ambos no Centro.

A gestora disse também que a família tem a liberdade de escolher a escola em que o filho estudará durante o Ensino Fundamental, mas que o preferencial é que fiquem na instituição até o 9º ano. “Às vezes a família mora em um bairro muito distante e não quer que o filho continue vindo pra cá e eles tem o livre arbítrio de escolher uma escola mais próxima de onde moram, mas preferimos que ele saia daqui somente no 9º ano porque assim ele sai conhecendo melhor a língua dele”, disse.

A escola é certificada pelo ISO 9001 e ganhou prêmio de gestão em primeiro lugar no ano de 2009 e de acordo com a gestora, a instituição está sempre buscando evoluir e melhorar. “Estou há 31 anos como gestora dessa escola e estamos inovando, querendo aprender mais para poder passar conhecimento para os nossos alunos, pois o resultado de tudo isso é o aprendizado de nossos estudantes que é o nosso foco principal”, disse a gestora.

Superação

A servidora da escola, a merendeira Raimunda de Vasconcelos, 54, é mãe da aluna Nara Roberta Vasconcelos, 34, disse que a escola foi muito importante na vida das duas e que sua filha evoluiu muito desde que entrou na instituição.

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A servidora da escola, Raimunda de Vasconcelos, que também é mãe de uma aluna da instituição, elogiou o trabalho desenvolvida pela escola Augusto Carneiro.

“Minha filha começou a estudar na escola em 1988 e eu era voluntária do Augusto Carneiro na época. Quando minha filha entrou na escola, ela tinha uma dificuldade muito grande, não andava, quando começava a dar os passos ela caía, mas ela teve a ajuda dos professores e lógico, que a minha também. Muitas pessoas diziam que a minha filha não ia evoluir, mas eu insisti muito e hoje ela está no 8º ano do Ensino Fundamental e no próximo ano ela termina. Apesar de toda a dificuldade enfrentada, eu posso dizer que ela venceu. Eu lutei muito e minha filha também e a escola foi muito importante para nós nesse processo”, disse.