Em Manaus, propostas de mudança na base curricular conduzem o segundo dia do seminário nacional do Ensino Médio

image (51)

A reestruturação curricular do ensino médio brasileiro conduziu o segundo dia de atividades e debates do II Seminário do Ensino Médio que está reunindo em Manaus coordenadores educacionais de todas as regiões do país. Promovido pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e patrocinado pelo Itaú BBA, o seminário tem como objetivo fundamentar uma proposta de reformulação do ensino médio e sugerir inferências no Projeto de Lei nº 6840/2013 que trata sobre o tema e que está em tramitação no Congresso Nacional.

A análise técnica, seguida de um debate nacional acerca dos tópicos que compõem o Projeto de Lei nº 6840/2013 foi priorizado no segundo dia do encontro. A análise abrangeu discussões sobre Educação Integral, Áreas do Conhecimento, Contextualização, Língua Estrangeira, Distribuição do Currículo, Interdisciplinaridade, Transversalidade, Componentes Curriculares, Opções de Aprofundamento, Avaliação, Formação Docente e Formação Técnica Profissional.

Todas as discussões suscitadas e propostas aprovadas mediante votação farão parte de um documento que será formalizado no final do evento, neste sábado, com a participação de todos os secretários de Estado de Educação do Brasil.

“Neste seminário, estamos propondo uma mudança que favoreça o aprendizado dos estudantes, tornando o ensino mais dinâmico e minimizando o ‘engessamento’ que configura o ensino médio em nosso país”, informou o secretário de Estado de Educação do Amazonas e vice-presidente do Consed, Rossieli Soares Silva.

Para a secretária de Estado de Educação de Rondônia, Fátima Gavioli, as discussões são necessárias para a mudança na educação do país. “É uma excelente oportunidade. Um momento sagrado para determinarmos algo que servirá para o futuro das próximas gerações. Formular propostas que possam representar a melhoria no ensino, como a incorporação das novas tecnologias em sala de aula – realizada de forma categórica por alguns estados brasileiros – é um exemplo dessas mudanças”, citou

A possibilidade de organização do currículo do ensino médio por áreas do conhecimento; a incorporação de metodologias de ensino e de avaliação que evidenciem a contextualização, a interdisciplinaridade e a transversalidade e a proposta de inclusão opcional do ensino de mais uma língua estrangeira em conformidade com a realidade social dos Estados foram algumas das propostas discutidas pela plenária.

Propostas

Realizado em Manaus, o seminário conta com participação de conferencistas especialistas em educação. Desde a última quinta-feira (29), eles aprofundam o debate sobre a reformulação do ensino médio, defendendo tecnicamente suas propostas.

Uma das conferencistas, Maria Helena de Castro, diretora-executiva da Fundação SEADE, defendeu a criação de uma base curricular nacional comum, mas atenta às peculiaridade de cada região. “Defendo que tenhamos uma base nacional comum até o último ano do ensino fundamental ou até o primeiro ano do ensino médio. Após esta etapa, esta base precisa ser diversificada.Também proponho: uma nova arquitetura do sistema com mais opções curriculares e itinerários de aprendizagem; flexibilização do Enem; aprofundamento das áreas de conhecimento e defendo que a tecnologia possa auxiliar o currículo”, pontuou Maria Helena.

Mozart Ramos, diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, destacou a importância das escolas de tempo integral e o desenvolvimento das habilidades individuais dos estudantes. ”Nossa proposta é que as escolas favoreçam as potencialidades dos alunos, trabalhando suas habilidades cognitivas e sócio-emocionais”, disse.

Já Marcelo Feres, secretário de educação profissional e tecnológica do Ministério da Educação (MEC) ressaltou a pertinência do ensino tecnológico. ”A educação técnica é uma excelente alternativa para os jovens. Defendemos a criação e o investimento em uma base tecnológica nacional comum e a partir de tais investimentos, fazer com que esta educação técnica seja uma escolha natural dos jovens do ensino médio”, destacou.

Para o secretário de Estado de Educação do Amazonas, vice-presidente do Consed e coordenador do Eixo-Reformulação do Ensino Médio, Rossieli Soares da Silva, a discussão é necessária e justifica-se pelos altos níveis nacionais de evasão no ensino médio. “É uma das discussões mais urgentes no segmento da Educação Básica, uma vez que estudos apontam que somente no ano de 2014, 7,6% dos estudantes matriculados no ensino médio abandonaram os estudos”, apontou o secretário Rossieli Silva.

O seminário conta, também, com a participação do secretário de Educação Básica do Ministério da Educação, Manuel Palácios.