Nesta semana, a escola estadual Gilberto Mestrinho embarcou em uma deliciosa viagem pelo mundo da literatura. Clássicos como ‘Marília de Dirceu’, primeiro livro publicado no Brasil, e lendas inglesas e amazônicas foram abordados pelos alunos na 2ª Mostra Literária da escola, culminância do projeto de leitura, cujo único limite era a imaginação.

 

Criado pela professora de Língua Portuguesa, Vilma Serra, o projeto é desenvolvido na escola estadual Gilberto Mestrinho desde o ano passado e busca fomentar entre os jovens o prazer pela leitura, oportunizando o contato com obras clássicas da literatura e procurando trabalhar estas obras de forma dinâmica e lúdica, através de peças teatrais, paródias e poesias. “Queremos quebrar os paradigmas de que ‘ler os clássicos é chato’ e o que diz que ‘os brasileiros não gostam de ler’. Queremos, ao contrário, mostrar que a leitura pode ser algo divertido e muito produtivo”, explica a professora Vilma Serra.

 

Segundo a professora, além de contribuir com o desenvolvimento do estudante, a literatura é imprescindível aos que estão se preparando para ingressar no ensino superior. “A leitura das obras clássicas e regionais vinculadas ao estudo dos gêneros literários na sala de aula é vital para o bom desempenho dos alunos em vestibulares como o Enem e o PSC”, afirma Vilma.

 

 

Na mostra, os estudantes encenaram trechos de livros clássicos, como “Marília de Dirceu”, escrito por Tomás Antônio Gonzaga e pertencente à escola literária do Arcadismo. Os jovens apresentaram, também, algumas lendas inglesas como a dos vampiros e a das bruxas, retrataram lendas amazônicas, como a da Iara e a do boto cor de rosa e ainda declamaram e encenaram poemas da obra “Sol de Feira”, do autor amazonense Luiz Bacellar, um deles foi o poema “Guaraná”, que conta a lenda indígena deste fruto.

 

 

A estudante do 1°ano do Ensino Médio, Rafaela Duarte, 15, achou interessante a mostra não focalizar somente a literatura clássica, mas também a popular e a regional. “Conhecer as obras consagradas é fundamental, mas é igualmente importante falar da literatura que está em voga entre os jovens e dar um destaque especial para a da nossa terra” afirmou Rafaela.

 

O estudante do 3° ano do Ensino Médio, Janderson Carvalho, 17, interpretou o autor Luiz Bacellar, mas confessa que antes não conhecia o autor. “Todos deveriam conhecer as obras de Bacellar, que retratam a nossa cultura, o nosso folclore e a nossa natureza”, apontou.

 

 

Durante a mostra também foram expostos livros que são lidos pelos estudantes durante o projeto “Leitura para a Juventude”, dentre os quais, ‘Iracema’ de José de Alencar, ‘Quincas Borba’ de Machado de Assis, ‘O Cortiço’ de Aluísio Azevedo e ‘Macunaíma’ de Mário de Andrade. As obras são disponibilizadas pelo Governo do Estado e ficam diariamente disponíveis aos estudantes na biblioteca escolar.

 

Conforme a gestora da escola, Lucicléia Moreira, com o projeto, os estudantes tem passado a dar mais valor à literatura. “O interessante é que os estudantes também podem levar os livros para casa, o que eu ainda não tinha visto em um projeto de leitura”, destacou.

 

A escola estadual Gilberto Mestrinho, está localizada na Rua Danilo Areosa, na Colônia Antônio Aleixo, zona leste de Manaus, pertence à Coordenadoria Distrital 5 da Seduc e atende mais de mil alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.