Em Itacoatiara, escola estadual desenvolve projeto para otimizar a coleta de lixo urbano

Estudantes e professores da escola Vital de Mensonça, em Itacoatiara

Medida simples projetada por escola preza pela segurança dos profissionais que lidam com a coleta de lixo acumulado em bueiros.

Prezar pela segurança dos profissionais responsáveis pela coleta de lixo urbano foi o principal objetivo de estudantes e professores da escola estadual Vital de Mendonça, localizada no município de Itacoatiara (distante 270 quilômetros de Manaus) ao desenvolver o projeto “Bueiro: uma solução inovadora para o lixo urbano”.

Pensado por um dos professores de Matemática da escola, Aldemir Cortez, e contando com a participação de oito estudantes do 1º e do 2º ano do ensino médio, a solução é resultado de um projeto de iniciação científica que conta com financiamento do Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Com o projeto, a equipe escolar desenvolveu o protótipo de um bueiro, adaptado e modificado para garantir a segurança dos profissionais que atuam no serviço de coleta de lixo e limpeza urbana.

Diferente do modelo convencional, caracterizado por ser um receptor aberto de águas pluviais, o protótipo elaborado pela equipe escolar conta com cinco entradas e é acrescido de uma tela protetora maleável. “Na ocasião de chuvas fortes, caso haja o entupimento dessas cinco entradas, a parte superior poderá ser erguida e com isso o lixo poderá ser retirado, pois esta tela protetora evitará que a água arraste resíduos consigo, o que ocasionaria o entupimento do bueiro”, explicou o professor Ademir Cortez.

Segundo o professor, além de evitar o entupimento, a maior contribuição do protótipo elaborado é a de contribuir com a segurança dos profissionais responsáveis pela limpeza pública. “Com este modelo, não seria necessário que uma pessoa corresse o risco de sofrer acidentes ao fazer o serviço. Fato que, infelizmente, é recorrente”, citou o professor.

Do ponto de vista educacional, o gestor da escola estadual Vital de Mendonça, Eduardo Batista, enfatizou o caráter pedagógico do projeto. “Com ele os alunos tiveram a oportunidade de trabalhar conceitos práticos de matemática; estimular a criatividade; atuar em equipe e ter noções de organização e planejamento”, disse.

Utilidade social

Integrante do projeto, o estudante Brendo Cavalcante, 15, afirmou que a participação proporcionou aos jovens um aprendizado consistente, aliando a teoria à prática. “Conforme o projeto avançava, percebemos sua utilidade social e notamos o quanto desenvolvemos nossas aptidões como estudantes”, revelou.

Financiado pelo Governo do Estado via Fapeam e designando bolsas de iniciação científica, o projeto teve como um dos pré-requisitos para participação, a análise do desempenho escolar dos estudantes. Antes de ingressar como bolsistas, os alunos que hoje integram o projeto passaram por um processo de seleção que envolveu a análise do retrospecto de suas médias escolares e entrevista.